O jovem no Brasil nunca é levado a sério.

Recordo-me bem da minha época de ensino fundamental. Não era uma boa escola, como a anterior também não era. Mas não era nem de perto tão ruim quanto a de hoje.

A escola tinha espaço para todos alunos. Bem, não no ano em que me matriculei nela. Não tinha sala para todas as turmas, portanto, um dia útil da semana eu tinha "folga", para outra turma estudar na minha sala. E estudava no sábado, claro, para repor a aula perdida.
Os professores ao menos eram bons, eu que não era tão interessada assim. Lembro que faltavam pouco, e isso até me irritava um pouco.
Não preciso ir longe para mostrar a péssima condição da educação no Rio de Janeiro, como podem ver.
O Irmã Dulce (CEID), é um dos piores colégios do Rio de Janeiro, e, eu estudo lá.
São tantos problemas e eu nem sei por onde começar. Pois bem, vou começar pelo "menos importante."

A estrutura do colégio é muito antiga. Se alguém pula no segundo andar, o teto todo treme. Todos dizem a mesma coisa: "Estou vendo a hora desse colégio cair na minha cabeça."

Sem contar nos bixos que assolam o colégio. Hoje dei de cara com um novo, era meio estranho, gosmento, parecia uma lombriga. Éca!
Os pombos fazem ninho em todo lugar e se banham na caixa d'água, pela falta da tampa da mesma.

Se chove, o colégio inunda e não podemos ter recreio, aí saímos mais cedo, já que a parte coberta do pátio não é grande o suficiente para todos os alunos.

Mas isso é mesmo o menos importante, se comparado a falta de professores. Passei boa parte do ano sem aula de Química. Hoje já tenho, mas a maioria dos tempos são adiantados, pela falta de professor de Projeto, a professora de Química da aula para duas turmas ao mesmo tempo. Então já dá para imaginar a qualidade do ensino.

A pouco tempo colocaram um bebedor decente e copos descartáveis, já não era sem tempo. Mas sabe, nada sem motivo, foi na época do pico de gripe suína.

Ah, sem dizer que o Governo safado, dividiu o colégio em dois, levou todos os computadores, para dizer que melhorou a situação do colégio. Só pra dizer, né. Nada consta.
O colégio ainda continua lá, funcionando, num prédio alugado, caindo aos pedaços, com carência de professores e verba para reparos.

Ficamos no colégio de 7:30 da manhã até 12:30, tudo o que recebemos é um lanche, de no máximo 39 centavos para cada aluno. E se a diretora gastar mais que isso, ficaremos sem lanche no final do mês. Sem contar que o Governo desconta, pela frequência duvidosa de alguns alunos.

Com um colégio nesse nível, com essa educação precária, o Governo ainda acha os alunos capazes de fazer o Enem?
Uma prova cheia de "fírula" e regras, onde quem se dá bem, é quem tem dinheiro para pagar um bom pré-vestibular, ou quem estudou a vida toda num colégio particular.

Não, eles não acham.

A maioria dos jovens que pegam o "deproma" do segundo grau, vão trabalhar como burros de carga, para ganhar um salário mínimo por mês e olhe lá.
Esses jovens sem instruções e educação, vão votar sem pensar muito naquele político corrupto que só irá sacanear mais a educação do Brasil.

Será que os nossos Governantes querem mesmo melhorar a educação do Brasil? Será mesmo?