sábado, 25 de setembro de 2010

Sem resposta.

Em cada gota de sangue derramado, revolta e mentira... Enquanto isso eu finjo não ver, não ouvir, estou sem percepções. Indagando desesperançosa, uma causa para tanto individualismo... Se ar e água nos é dado em abundância - infelizmente não em todos os lugares - mas se aqui sim... Se aqui sim então por quê? Tanto roubo, indiferença, tanto orgulho do ser melhor, se todos sangramos igualmente.
Ver o mal, fazê-lo, sentir prazer nele. Tranformando-nos de animais benévolos em bichos irracionais e malvados.
Se o mundo muda desde que existiu, tenho medo do amanhã. Embora ainda carregue comigo as histórias más contadas por bocas, combinadas com ouvidos calejados de maldade humana.

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Carta ao passado.

Olá, querida tataravó. Deveria dizer que sinto saudades? Pois bem... eu gostaria de lhe ver, mas escrevo-lhe e já me sinto bem. Também devo lhe dizer quem sou... São algumas gerações a sua frente. Queria que visse o quanto uma única existência (A sua) gerou tantas pessoas, confesso que algumas eu mal (Ou não) conheço.
Como vai o início do século XX? Vejo antigas fotos e fico atiçada e curiosa para saber detalhes da cultura da sua época contados pela senhora, mas me contento em ler alguns livros que a senhora já deve ter ouvido falar, como o Dom Casmurro e o Cortiço.
Gostaria também, de lhe deixar sapiente das ocorrências do presente século XXI. É íncrivel olhar para trás e ver como as coisas mudaram em algumas décadas. Eu nasci no século XX, há 8 anos de seu fim.
Na mesma década aliás, em que surgiu a Internet, a senhora precisa ver a ferramenta útil que ela é. No presente século, todas as coisas - ou quase todas - acontecem e se transmitem a partir dela. Isso me lembra a sua época, aonde o jornal era a principal fonte de notícias, e que por poucas pessoas saberem ler, expressavam-se também pela arte... Que hoje pode estar um pouco banalizada, confesso, mas ainda é íncrivel.
Ressalto também a Era do telefone e computador portátil. Ouço a voz de qualquer pessoa em qualquer ponto do planeta com apenas alguns cliques. É muito eficiente, mas no entanto toda essa tecnologia também é altamente perigosa... Pois a senhora bem sabe como podem existir pessoas más no mundo, e é com tristeza que lembro dos regimes autoritários. A senhora não viveu para vê-los, e deve estar agradecida por isso. Tantas guerras, tantas mortes... Por motivos tão fúteis... Mas enfim.
O Brasil não é mais um país bebê... Somos uma República Democrática. Acredita que nós - mulheres - temos direito ao voto? Conquistamos isso também! Embora a política esteja tão suja ultimamente. São tantos roubos, tanto descaso com o cidadão... Mas lembrar do início da industrialização me conforta, pois hoje em dia, temos muitos direitos trabalhistas. Auxílio desemprego, carga horária de oito horas diárias, e muitos outros.
Outra ferramenta da comunicação em massa, é a televisão que hoje completa 60 anos. Vó, o povo de hoje não se imagina mais sem ela! Temos uma em cada cômodo. Nela vemos novelas, séries, e vários outros tipo de atuação e ficção. É um passatempo divertido, mas também perigoso, pois através dela tentam nos manipular... Temos de ficar de olho.
Posso afirmar que é mais difícil viver hoje em dia, é tanta mordomia, que acomoda o povo e os deixa no conformismo. Por exemplo, posso imaginar o quanto era difícil para a senhora lavar roupa, pois hoje não nos ralam mais as mãos nessa tarefa! O homem inventou a máquina de lavar... E outras infinitas invenções que nos deixam tempo de sobra.
E com pesar que digo, que mesmo com tanto tempo de sobre temos - me incluo - esquecido de dedicar um pouco a quem nos fez, o nosso Deus. A humanidade tem evoluido em alguns sentidos e declinado em outros. Tornamo-nos egoístas, individuais, competitivos ao extremo... Mas sabe, mesmo com todas essas coisas, eu tenho esperança que a partir de pequenas atitudes ainda poderemos reverter essa situação.
Enfim, tataravó, eu gostaria de tê-la conhecido.


Sou grata a ti por ter dado início a tudo.
Beijos.

domingo, 19 de setembro de 2010

É estranho que

em um momento de carência eu não possa mais provar os meus amigos dizendo que vou deletar só pra receber umas palavras de carinho. É chato que eu não possa fazer isso com o meu eu físico, seria interessante decidir a hora que vou morrer, e poder voltar atrás numa decisão tão grande.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Viajem diferente.

Quero uma passagem para o passado, uma que sem consequencias catastróficas, me faça relembrar de cada piada e cada sorriso gasto sem preocupações descenessárias. Que seja imprescindível por quanto dure, e que não deixe marcas profundas ou doloridas, mas que adicione em minha bagagem boas lembranças e apetrechos que sejam concretos, como um velho amigo redescoberto entre a poeira das inutilidades. Que não me diga de imediato aonde me levará, mas que me faça redescobrir estradas que a vida acelerada me fez esquecer. Que me leve além, quiçá, ao infinito, sem nem mesmo sair deste espaço físico... Que me faça lembrar de mim mesma.